Estudo feito pela ABET analisa o potencial turístico de comunidade capixaba

A coordenadora de projetos da ABET, Kássia Monteiro, apresenta o estudo feito no Distrito de São Vicente.

Resultado da pesquisa feita no Distrito de São Vicente, localizado em Cachoeiro do Itapemirim, foi apresentado em agosto para a Secretaria de Agricultura e para as comunidades locais.

O município de Cachoeiro de Itapemirim/ES, por meio da Secretaria de Agricultura, constatou o potencial turístico do Distrito de São Vicente, um território com atrativos naturais e culturais passível de usufruir do desenvolvimento socioeconômico a partir do fomento do turismo rural, principalmente.

Entre as principais atividades e atrativos turísticos destacam-se o voo de parapente na Pedra da Penha, a rica paisagem montanhosa, trilhas, cachoeiras, festas locais, igrejas e a produção artesanal de alimentos e bebidas.

As pesquisas de campo terminaram exatamente na semana em que começaram os primeiros decretos de restrição devido à Covid-19 no Brasil e só agora, quase um ano e meio depois, foi possível, devido ao distanciamento que era obedecido na cidade, apresentar os resultados do estudo.

Em 20 de março do ano passado, após nos familiarizar sobre as características e o perfil das comunidades (que são: Alto S. Vic. e Boa Vista, Bom Jardim, Cachoeira Alta, Cantagalo, Fruteiras, Independência, Monte Verde, São Vic. e Santa Luzia, Usina São Miguel, Vargem Alegre, São José), foi realizada uma reunião com as lideranças locais com o objetivo de levantar informações sobre interesses, demandas e associativismo das comunidades. Realizamos também o Seminário de Análise SWOT para entender os pontos fortes e as fraquezas do Distrito que pudessem contribuir ou prejudicar o desenvolvimento do turismo por lá.

Durante os trabalhos, 120 pessoas se mostraram interessadas em investir no setor turístico em suas propriedades, e perguntamos a elas que tipo de empreendimento estariam dispostas a promover. 83 respondentes apontaram mais de um segmento de negócio turístico. No nicho de hospedagem e alimentação, por exemplo, foi destacada a intenção de alugar um quarto (no modelo “cama e café”, juntamente com a oferta de alimentação caseira como anfitrião para turistas). Quanto à oferta de serviços que possibilitem experiências rurais aos turistas, o destaque foi para a modalidade pesque-pague e 54% dos entrevistados declararam intenção de investir recursos próprios e/ou financiados para implantar um empreendimento/atividade turística na propriedade.

Gráfico que mostra a oferta turística potencial do Distrito de São Vicente.

“As comunidades de São Vicente têm moradores muito receptivos e amistosos, ótimo perfil para receber bem os turistas. Temos muito o que fazer por aqui, mas entendemos que é possível trabalhar essas questões, pois a comunidade está aberta a isso, e o Distrito tem potencial turístico para ser desenvolvido”, pontua a coordenadora de projetos da ABET, Kássia Monteiro.

Diagnóstico aponta rumos do turismo local

Um dos pilares centrais apontados como base para políticas públicas de fomento ao turismo para o Distrito de São Vicente refere-se a questões de Políticas de Assistência Social. Chegamos nessa importante conclusão a partir de um estudo interdisciplinar – feito por profissionais e estudantes dos setores de turismo e psicologia na comunidade –, que analisou o território como um todo, identificando que a origem humilde da população que ali reside; a faixa etária mais avançada de boa parte dos moradores; o fato de uma percentual relevante da renda familiar vir do trabalho feito nas propriedades (às vezes associada a outras fontes) eram questões cruciais para embasar as ações que foram propostas no estudo.

Questões como implementação de um programa de saneamento básico adequado; trabalho transversal e articulado entre a Secretaria de Agricultura e as demais Secretarias da Prefeitura Municipal, para destinação articulada de orçamento a fim de financiar programas e projetos que visam à solução dos problemas encontrados; e implantação de um programa de fortalecimento e reconhecimento da coletividade, amparado por psicólogos sociais, foram algumas ações reconhecidas como prioritárias para que a atividade turística na comunidade seja possível e se torne sustentável.

Para Monteiro, “é muito gratificante para nós que estamos no dia a dia do planejamento e da gestão pública do turismo entender as demandas da comunidade local e ajudá-la a fazer o turismo acontecer em suas regiões. Estamos empolgados com o que vem a seguir”.

Com o estudo concluído desde março do ano passado, muitas das ações propostas já estão em fase de contratação pela Prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim, por meio da Secretaria de Agricultura.

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